
O mais legal desse ano foi o número de BONS filmes concorrendo juntos. E foi bem interessante o simbolismo da disputa entre Guerra ao Terror e Avatar. Não, o simbolismo não tem nada a ver com o fato de Kathryn Bigelow ser ex-esposa de James Cameron. Na verdade, foi uma disputa entre um filme milhonário e um filme "alternativo". Enquanto Avatar é um filme essencialmente tecnológico, inovador e com um forte apelo de marketing, Guerra ao Terror, com aproximadamente 490 milhões de dólares a menos de investimento, é bem simples, com um estilo meio "documentário", com aquela "tremida" de câmera quando há uma corrida. Infelizmente, o meu preferido de todos, Bastardos Inglórios, nem foi lembrado.
Por quê Guerra ao Terror e não Avatar

Guerra ao Terror é o oposto de Avatar em muitos sentidos. A começar pela dificuldade em arranjar patrocínio (não conseguiram nenhum nos EUA, somente na França). Guerra ao Terror ganhou notoriedade pelo seu sucesso de crítica e os diversos prêmios antes do Oscar. Já havia levado 16 contra míseros 9 de Avatar. Tudo bem, não precisava ser especialista pra saber que Guerra ao Terror levava vantagem sobre Avatar. A grande questão seria...
E Bastardos Inglórios?

Primeiro, é um filme de Quentin Tarantino. Na verdade, é "o" filme de Quentin Tarantino. Segundo, é um filme cujo trabalho de TODO o elenco é incrível, a começar pelo Sr. Christoph Waltz, que fala quatro idiomas no filme (se ele não levasse o Oscar seria mais sacanagem ainda). Bastardos Inglórios é o filme do ano, independente de qualquer premiação. Ele é inovador no roteiro, apesar de manter umas características marcantes ao longo da obra de Tarantino. Características essas que ele explora a níveis extremos neste filme especificamente, num ritmo progressivamente frenético. Acontece que nele, Tarantino reescreve a História. E com que belo final ele a reescreve, não? Ele reescreve as coisas de uma forma ideal, de uma forma como tudo deveria ter acontecido.

Por fim, temos Brad Pitt em uma atuação bem "caricata", divertida e injustiçada. Não, ele não tinha a menor chance contra Jeff Bridges ou Morgan Freeman, mas sem dúvidas merecia uma indicação para melhor ator. Putz, o que é aquele sotaque? Entre os atores "bonitões" que fazem muitos filmes, certamente Brad Pitt é um dos poucos que merecem respeito e isso não é de hoje.
O fato é: Quentin Tarantino é o cara!