28.1.09

Um probleminha com o passaporte

Eu sempre fui desligado. Sempre esqueci tudo, sempre deixei tudo pra última hora, sempre fiz o mais difícil e no final estraguei tudo por causa de uma bobagem. Sempre deixei a vitória escapar por entre os meus dedos, mesmo tendo todas as possibilidades de fazer o melhor.

No vestibular, eu esqueci o meu comprovante de inscrição em casa e só fui perceber isso na sala da minha prova. A minha sorte era que o colégio onde eu fui fazer a prova era pertinho de casa. Corri, peguei o cartão e voltei em cima da hora. Mais alguns minutos e eu perderia a prova.
Eu sempre fui muito desligado. Sempre me aconteceram coisas assim, umas mais e outras menos graves. Parece que quando a gente teima em não aprender com as situações da vida, elas tendem a se repetir eternamente, até que a perda seja irreparável e nós sejamos praticamente obrigados pela vida a refletir e mudar.
Eu sou lento, sabe? Se eu me organizar, eu já não funciono muito bem. Desorganizado então, eu não sirvo pra nada.
Quando cheguei a Paris, o policial provavelmente não foi com a minha cara. Me barrou. Por sorte, o meu vôo atrasou e o papai chegou ao aeroporto na hora. Caso contrário, eu teria que voltar. Passado este pequeno sufoco, o fim de semana em Paris foi perfeito. Passeamos muito e tiramos muitas fotos.
Viemos pra Lyon no domingo, de TGV, aquele trem super rápido que interliga praticamente toda a Europa. No TGV eles pedem o passaporte e a passagem, para identificação. Eu apresentei o meu, mas não guardei. Deixei em cima da mesa. Só fui me tocar disso dois dias depois, quando já era tarde demais.
Antes de procurar saber, passei a noite de terça e a manhã/tarde de quarta, totalmente desesperado. Foi muito sufoco. Procurava o passaporte por toda a casa. Em cada lugar que eu procurava e não achava, a tensão aumentava. Eu estaria na Europa, sem poder ir pra lugar nenhum. E isso bem no começo da viagem. Revirei mais de dez vezes (sem exagero): os dois casacos que eu usei, a calça, as minhas duas mochilas, a minha mala e a mochila do papai. Nada. Fomos ao shopping ver se estava lá, se eu tinha deixado cair por lá no dia que experimentei uns casacos. Nada. Fomos na Gare Part Dieu, que foi onde saltamos do trem pra vir pra Lyon. Nada.
A última possibilidade seria a Gare de Perrache, que é o final da linha do TGV. Se não estivesse lá, o plano B seria fazer um BO e pedir um passaporte de emergência, que custa 200 euros. Juntando com os 100 euros que eu paguei pra ir denovo a Paris no fim de semana (que eu não tinha como pegar de volta): 300 euros de prejuízo. Em Reais isso é quanto? Mais de 900, certo?
Graças a Deus, o funcionário do TGV achou o meu passaporte, mas não deixou na sala de objetos encontrados da Gare. Ele mandou pra embaixada do Brasil, que fica em Paris!
Bastava raciocinar: se o trem vinha de Paris para Lyon, como eu ia buscar o passaporte em Paris??? Imbecil! Tudo bem, pelo menos ele me deu uma declaração que provava que meu passaporte estava em Paris, e que eu estava indo pega-lo.
Ok, fui pra Paris com a declaração (nem pediram identificação no trem), encontrei a Diana e o fim de semana foi perfeito também. Sem palavras, olha... Paris é uma cidade incrível.
Fui buscar o passaporte na segunda. Outro sufoco. Tudo bem que é na França, mas as coisas na embaixada funcionam como num órgão público brasileiro. Peguei senha e entrei na fila. Tinham 3 pessoas, além de mim, que haviam perdido o passaporte. Com um detalhe, todos estavam tirando documentos novos. Dos 4, o meu foi o único que foi encontrado.
O problema foi o seguinte: a funcionária (Danielle o nome dela, nunca vou me esquecer) me disse que quando mandam passaportes pra embaixada, o que eles fazem é destruir imediatamente. Ela disse que ia procurar, pra ver se o meu estava lá. Pense num desespero. Tudo quase resolvido e na última hora ela me manda uma dessas!
Tudo bem, ela voltou com meu passaporte em mãos. Nunca fiquei tão aliviado. Na semana anterior eu tinha ligado pra lá, então provavelmente eles guardaram, sabendo que eu ia lá buscar. Brasileiro é desorganizado, mas sempre dá um jeitinho! ahahaha
Duas fotos.
1. Aquela foi a funcionária que me atendeu na embaixada.
2. A embaixada do Brasil, em Paris.
É difícil de postar mais fotos aqui. A conexão não é muito boa, é por um aparelho 3G. Acho que semana que vem vai melhorar, pois estamos de mudança aqui.
Au Revoir!








5 comentários:

  1. Ok.. tu es desligado, maaas sufocos a parte tu estas na Françaaa \o/
    uhaauhuhaauhahua
    ok 2... gente imbecil não existe só no Brasil =P uhuahauhaauhuhahuaauh

    agora ok.. com passaporte em mãos, aproveita tudooooo e depois conta pra gente =D

    =***

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  2. Caralho bixooo, mas que sufoco! Bom... eu nãp falo nada pq sou meio parecido hehehehe. Sufocos a parte a gente sempre dá um jeito né?!

    Te amo amigo, aproveita! E vê se guarda essa porra bem guardada agora! =)

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  3. é, guarda essa porra! =P
    credo... kkk
    filipe, fala sério, a gente é ou nao é muito SORTUDO! Ou deveria dizer CAGADO? =P
    Vai te catar, eles iam destruir teu passaporteee!!!
    kkk
    Mas porque a gente é muito sortudo, deu tudo certo e a gente ainda vai aprontar muuuito europa afora! kkkk =)
    Traz as fotos pra cá que a gente posta daqui de casa, a conexao daqui é o que há! =)))
    =***

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Fantástica a relação texto-imagem que consegue estimular para quem ler os teus cometáriossss...Como a escrita tem poderes sobre o pensamento imagiantivo do real, mesmo que não possamos ter visto de fato o lugar, o objeto, a obra de arte, a rua, os degraus que você sugere...em termos de acessibilidade! Fantásticooo

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